quinta-feira, 10 de abril de 2014

Por que a esquerda não aceita FHC como o esquerdista que ele é?


Fernando Henrique Cardoso recentemente assumiu aquilo que todo direitista ou liberal brasileiro já sabia há muito tempo: que ele é de esquerda. Até mesmo o líder supremo da esquerda brasileira, o Lula, disse isso em um vídeo, onde salientava que todos os partidos do Brasil, até mesmo o PSDB, são de esquerda.

A grande questão aqui é: por que a esquerda brasileira mainstream não aceita FHC como o esquerdista que ele é? É verdade que ele fez uma privatização aqui e outra acolá, mas Lula e Dilma também não fizeram? Seriam Lula e Dilma de direita também? Claro que não.

O grande problema que a esquerda paquidérmica brasileira tem com FHC e todo o seu partido é que eles, apesar de concordarem em inúmeras coisas, afinal, são de esquerda; é que eles fazem parte da oposição do atual governo. Em um cenário como esse até os irmão de ideologia viram inimigos.




Sabemos muito bem que no cenário macropolítico do Brasil praticamente não existe um partido de direita. A esquerda funciona por meio da criação de bodes expiatórios do povo para aparecer como solução. É por isso que tendem a dualizar a sociedade com discursos de nós contra eles. Colocam homens contra mulheres; brancos contra negros; pobres contra ricos; homossexuais contra heterossexuais. Esse é o padrão esquerdista, criam um inimigo para se venderem como heróis.

Muitos devem estar se perguntando porquê afinal o FHC é de esquerda. Basta olharmos para alguns de seus feitos como presidente:

  • Aumentou os impostos;
  • Criou agências reguladoras (e por consequência as regulamentações);
  • Suas privatizações se deram na forma de concessão, e de forma bastante protecionistas;
  • Criou o bolsa família, sendo até criticado pelo próprio Lula na época;
  • É desarmamentista;
  • É a favor da legalização da maconha.

No cenário econômico é onde seu esquerdismo se manteve mais evidente. Ao contrário do que dizem, ele não tem nada de liberal, ou neoliberal, como muitos gostam de dizer. Ser liberal tem a ver com tornar o mercado mais livre para a entrada, funcionamento e até mesmo saída de empresas, empreendedores e trabalhadores. Como foi mostrado acima, as políticas econômicas do governo FHC vão muito distante disso. Ele criou as agências reguladoras, o que gerou mais burocracia; aumentou os impostos e suas privatizações eram altamente protecionistas, isto é, nenhum concorrente poderia entrar no mesmo ramo de mercado das empresas “privatizadas”.

Enquanto a esquerda mainstream e a extrema esquerda do Brasil estiverem no poder, eles vão tentar a todo custo manter o PSDB e o governo FHC com a imagem de direitistas. Esquerdistas precisam de um bode expiatório, um inimigo imaginário da população. Nada melhor para isso do que um partido bunda mole e que não representa uma ameaça, tal qual o PSDB.

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