Era mais um dia na vida de Seu Cornélio...
Seu Cornélio era um contador mediano em um escritório mediano. Com seus 36 anos, sua convicção política não poderia ser outra: um estatista e
keynesiano, como quase todo mundo. Não negava a vital importância que o Estado
tem em nossas vidas, regulando as falhas de mercado e os problemas sociais da
forma onisciente que só o Estado é capaz de fazer. Fazia jus ao que aprendeu em
sua faculdade particular que, ironicamente, tinha toda a grade curricular e
didática pré-definida e regulamentada pelo governo.
Rapidamente ele se aprontou para
o trabalho na contabilidade onde era empregado. No seu carro, a caminho para o
trabalho, viu que a gasolina estava acabando e precisava abastecer. Ao chegar no ponto, olhou o preço da gasolina se assustou; como se já não fosse cara, o governo aumentou
um pouco mais os impostos sobre a mesma para fechar seu orçamento. Mas ele não
se importava, sabia que a gasolina pertencia a um setor estratégico da economia e que
deveria ficar nas mãos do governo. Sob hipótese alguma deveria ter o dedo da
iniciativa privada na gasolina, isso poderia aumentar ainda mais os preços
dela, defendia Cornélio; “Se tá caro com governo, imagina sem ele!”, dizia
sempre.