domingo, 10 de março de 2013

A defesa moral da herança


Não é de hoje que a herança é mal vista pela esquerda. Para eles, essa transação de bens entre pais e filhos, ou qualquer outro grupo que seja, não só representa a perpetuação da exploração de classes capitalista, como também, um atentado à meritocracia, uma vez que o herdeiro não trabalhou para ter os bens adquiridos. Eu já fiz uma defesa da herança nesse texto, mas como o tema se tornou um tanto recorrente nas redes sociais que participo, resolvi fazer um adendo.

A propriedade, ou bem herdado, pode não ter sido conseguida por meio do trabalho e esforço pessoal do herdeiro, mas não por isso ela se torna algo imoral ou passível de repúdio. Aquele que trabalhou para ter tal bem está entregando-o a terceiros por vontade própria. Ele está usando de seu direito de propriedade para fazer o que quiser com a mesma, incluindo transferi-la para outro. Não há nada de errado ou reprovável nisso.

Pela lógica esquerdista, uma pessoa que recebe um presente não possui direito sobre o mesmo já que não trabalhou para tê-lo. A herança, assim como uma usual troca de presentes, são atividades livres onde um bem deixa de ser propriedade de um para ser a de outro, mesmo que o destinatário não tenha movido um dedo para tê-lo.