Não é de hoje que a herança é mal vista pela esquerda. Para eles, essa transação de bens entre pais e filhos, ou
qualquer outro grupo que seja, não só representa a perpetuação da exploração de
classes capitalista, como também, um atentado à meritocracia, uma vez que o
herdeiro não trabalhou para ter os bens adquiridos. Eu já fiz uma defesa da
herança nesse texto, mas como o tema se tornou um tanto recorrente nas redes sociais
que participo, resolvi fazer um adendo.
A propriedade, ou bem herdado,
pode não ter sido conseguida por meio do trabalho e esforço pessoal do
herdeiro, mas não por isso ela se torna algo imoral ou passível de repúdio.
Aquele que trabalhou para ter tal bem está entregando-o a terceiros por vontade
própria. Ele está usando de seu direito de propriedade para fazer o que quiser
com a mesma, incluindo transferi-la para outro. Não há nada de errado ou
reprovável nisso.
Pela lógica esquerdista, uma
pessoa que recebe um presente não possui direito sobre o mesmo já que não
trabalhou para tê-lo. A herança, assim como uma usual troca de presentes, são
atividades livres onde um bem deixa de ser propriedade de um para ser a de
outro, mesmo que o destinatário não tenha movido um dedo para tê-lo.