segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ostentação, desigualdade, e a solução que a esquerda tanto ignora


Creio que a essa altura todo mundo já está sabendo da tentativa frustrada de roubo a uma moto feita por um marginal que tanto rodou a internet. Em virtude disso não é necessário entrar em detalhes do acontecido aqui, todo mundo já sabe.

Como já é tradição na internet tupiniquim, não faltou gente defendendo o marginal dizendo que ele é vítima da sociedade por ter vindo de uma condição de excluído. Um dos mais notáveis dessa vez foi a projeto fracassado de subcelebridade virtual Diego Quinteiro, aquele obeso primo do PC Siqueira que adora reclamar da desigualdade e do “acúmulo de capital” em seu apartamento de luxo na Avenida Paulista jogando em algum de seus três consoles de mais de R$ 1000,00 cada. Em seu texto ele cria um cenário onde tenta reproduzir o acontecido com o jovem meliante, sendo este representado por João que rouba a moto de Paulo, que por sua vez teve uma vida cheia de facilidades provida pela boa condição financeira do seu pai. Observação: o detalhe aqui é que a vítima (real vítima) da história, o dono da moto, é um segurança bancário que nada aparenta ser da elite ou da tão famigerada classe média detestada pela esquerda, mas vá lá.





No melhor estilo aprendiz de Sakamoto, ele salienta que o pobre coitado do João foi forçado a roubar porque sentia uma certa injustiça no mundo, ele também queria ter aquilo que todos tinham, menos ele, justificando assim a injustificável ação do bandido.

Agora, quais as soluções que a esquerda comumente dá para que fatos como esse não ocorram? O que ela sugere para que os pobres Joãos da vida não saiam por ai atirando e roubando para ter aquilo que, em certas palavras, todo mundo tem direito menos eles? A primeira solução é fácil: proibir a ostentação; como o próprio Sakamoto já fez questão de alertar, ela deve ser um crime previsto no Código Penal.

 Minha longa experiência com esquerdistas me diz que outra solução vinda deles seria programas de distribuição de renda; programas que tirassem dos ricos para dar aos pobres, permitindo assim que estes possuam (ostentem, talvez) coisas que só a elite pode ter.

Contudo, vale lembrar que impostos no intuito de distribuir a renda geram impostos indiretos, fazendo com que aqueles mais pobres tenham que pagar a mais de qualquer forma. Na prática, a distribuição de renda não existe.

Se o motivo de tantos roubos e violência é a ostentação de uns e a desigualdade social que ronda nossa sociedade, a esquerda deveria olhar mais para fatores que causem tal desigualdade e que permitam que uns tenham e outros não; ela deve olhar para fatores que permitam os Joãos e os Paulos da vida, tão distintos em suas condições sociais: a falta de liberdade econômica.

Comecemos pela moradia. No texto de nosso esquerdista obeso, ele argumenta que João tinha uma casa mal acabada, muito longe dos padrões da casa de Paulo. Será que ele não percebe que seria mais fácil para a pobre família de João ter uma casa melhor caso casas populares não tivessem cerca de 48% de seu preço só de impostos? Ou talvez ela fosse um tanto mais sofisticada caso o preço do material de construção não fosse de 33%? Já seria um começo melhor de vida que talvez diminua o potencial ódio à ostentação alheia que o jovem João guarda em si.

Talvez a infância de João e Paulo não fosse tão diferente assim – pelo menos não de forma tão abrupta quanto a criada pelo autor em questão – caso os brinquedos não tivessem cerca de 70% de imposto, ou se a concorrência entre lojas e shoppings fosse maior, situação um tanto difícil atualmente devido às várias barreiras a entrada de empresas no Brasil.

Quem sabe a adolescência deles também não fosse tão diferente a ponto da ostentação de um criar o ódio revoltoso no outro caso não houvesse tantas leis trabalhistas que impedem a contratação de pessoas jovens e sem profissionalização (a palavra “pobres” lhes lembram algo?).

Ou quem sabe a situação dos dois não fosse tão diferente caso, além do Brasil ser o 10º país mais protecionista do mundo limitando a concorrência, o imposto sobre motos acima de 250 cilindradas não fosse de 66%.

Sendo um tanto otimista, seria até possível dizer que João e Pedro, ao se encontrarem naquele cruzamento, estariam cada um em sua moto sem que o primeiro sentisse ódio pela ostentação do segundo; é possível até dizer que a presença de um poderia ser totalmente ignorada e não percebida pelo outro.

Tal solução é invisível aos olhos da esquerda não (só) por uma questão de ignorância; tal solução passa imperceptível por eles devido a um verdadeiro ódio de classes, uma filosofia que diz que para um ter o outro tem que perder, uma filosofia que vai contra o mérito e aquilo que foi conquistado com o suor do trabalho, não é atoa que na tosca história criada pelo esquerdista obeso ele teve que substituir o porteiro trabalhador por um garoto de classe média que teve tudo ganho na vida, tudo isso para dar a ideia de que mérito pessoal não existe, de que marginais são vítimas da sociedade e não o contrário.

O que cria garotos como o João do texto não é a ausência de bens e sim a ausência de limites. Em uma sociedade desarmada e que bandidos são vistos como vítimas até pela justiça - principalmente se for menor de idade -, o terreno para o crime é o mais fértil possível.


2 comentários:

  1. Texto sensacional, Parabens :D

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  2. Gostei... não dá nem pra acreditar nessa cultura de "vitimismo" da esquerda em situações como essa... eu conheço uns trombadinhas desses, inclusive já conversei com um que me falou que ele "rouba mesmo, não gosto de estudar"

    vítima da sociedade? vítima é o escambau! Esses merdas tem mais é que ser punidos mesmo.

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