Creio que a essa altura todo
mundo já está sabendo da tentativa frustrada de roubo a uma moto feita por um
marginal que tanto rodou a internet. Em virtude disso não é necessário entrar
em detalhes do acontecido aqui, todo mundo já sabe.
Como já é tradição na
internet tupiniquim, não faltou gente defendendo o marginal dizendo que ele é
vítima da sociedade por ter vindo de uma condição de excluído. Um dos mais
notáveis dessa vez foi a projeto fracassado de subcelebridade virtual Diego
Quinteiro, aquele obeso primo do PC Siqueira que adora reclamar da desigualdade
e do “acúmulo de capital” em seu apartamento de luxo na Avenida Paulista
jogando em algum de seus três consoles de mais de R$ 1000,00 cada. Em seu texto ele cria um
cenário onde tenta reproduzir o acontecido com o jovem meliante, sendo este
representado por João que rouba a moto de Paulo, que por sua vez teve uma vida
cheia de facilidades provida pela boa condição financeira do seu pai.
Observação: o detalhe aqui é que a vítima (real vítima) da história, o dono da
moto, é um segurança
bancário que nada aparenta ser da elite ou da tão famigerada classe média
detestada pela esquerda, mas vá lá.
No melhor estilo aprendiz de Sakamoto, ele salienta que o
pobre coitado do João foi forçado a roubar porque sentia uma certa injustiça no
mundo, ele também queria ter aquilo que todos tinham, menos ele, justificando
assim a injustificável ação do bandido.
Agora, quais as soluções que
a esquerda comumente dá para que fatos como esse não ocorram? O que ela sugere para
que os pobres Joãos da vida não saiam por ai atirando e roubando para ter
aquilo que, em certas palavras, todo mundo tem direito menos eles? A primeira
solução é fácil: proibir a ostentação; como
o próprio Sakamoto já fez questão de alertar, ela deve ser um crime previsto no
Código Penal.
Minha longa experiência com esquerdistas me
diz que outra solução vinda deles seria programas de distribuição de renda;
programas que tirassem dos ricos para dar aos pobres, permitindo assim que
estes possuam (ostentem, talvez) coisas que só a elite pode ter.
Contudo, vale lembrar que
impostos no intuito de distribuir a renda geram impostos indiretos, fazendo com
que aqueles mais pobres tenham que pagar a mais de qualquer forma. Na prática,
a distribuição de renda não existe.
Se o motivo de tantos roubos
e violência é a ostentação de uns e a desigualdade social que ronda nossa
sociedade, a esquerda deveria olhar mais para fatores que causem tal desigualdade
e que permitam que uns tenham e outros não; ela deve olhar para fatores que
permitam os Joãos e os Paulos da vida, tão distintos em suas condições sociais:
a falta de liberdade econômica.
Comecemos pela moradia. No texto
de nosso esquerdista obeso, ele argumenta que João tinha uma casa mal acabada,
muito longe dos padrões da casa de Paulo. Será que ele não percebe que seria
mais fácil para a pobre família de João ter uma casa melhor caso casas
populares não tivessem cerca de 48% de seu preço só de impostos? Ou talvez ela fosse
um tanto mais sofisticada caso o preço do material de construção não fosse de
33%? Já seria um começo melhor de vida que talvez diminua o potencial ódio à
ostentação alheia que o jovem João guarda em si.
Talvez a infância de João e
Paulo não fosse tão diferente assim – pelo menos não de forma tão abrupta
quanto a criada pelo autor em questão – caso os brinquedos não tivessem cerca
de 70% de imposto, ou se a concorrência entre lojas e shoppings fosse maior,
situação um tanto difícil atualmente devido às várias barreiras a entrada de
empresas no Brasil.
Quem sabe a adolescência deles
também não fosse tão diferente a ponto da ostentação de um criar o ódio
revoltoso no outro caso não houvesse tantas leis trabalhistas que impedem a
contratação de pessoas jovens e sem profissionalização (a palavra “pobres” lhes
lembram algo?).
Ou quem sabe a situação dos
dois não fosse tão diferente caso, além do Brasil ser o 10º
país mais protecionista do mundo limitando a concorrência, o imposto sobre
motos acima de 250 cilindradas não fosse de 66%.
Sendo um tanto otimista,
seria até possível dizer que João e Pedro, ao se encontrarem naquele
cruzamento, estariam cada um em sua moto sem que o primeiro sentisse ódio pela
ostentação do segundo; é possível até dizer que a presença de um poderia ser
totalmente ignorada e não percebida pelo outro.
Tal solução é invisível aos
olhos da esquerda não (só) por uma questão de ignorância; tal solução passa
imperceptível por eles devido a um verdadeiro ódio de classes, uma filosofia
que diz que para um ter o outro tem que perder, uma filosofia que vai contra o
mérito e aquilo que foi conquistado com o suor do trabalho, não é atoa que na
tosca história criada pelo esquerdista obeso ele teve que substituir o porteiro
trabalhador por um garoto de classe média que teve tudo ganho na vida, tudo
isso para dar a ideia de que mérito pessoal não existe, de que marginais são
vítimas da sociedade e não o contrário.
O que cria garotos como o
João do texto não é a ausência de bens e sim a ausência de limites. Em uma
sociedade desarmada e que bandidos são vistos como vítimas até pela justiça -
principalmente se for menor de idade -, o terreno para o crime é o mais fértil
possível.
Texto sensacional, Parabens :D
ResponderExcluirGostei... não dá nem pra acreditar nessa cultura de "vitimismo" da esquerda em situações como essa... eu conheço uns trombadinhas desses, inclusive já conversei com um que me falou que ele "rouba mesmo, não gosto de estudar"
ResponderExcluirvítima da sociedade? vítima é o escambau! Esses merdas tem mais é que ser punidos mesmo.