quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A dicotomia da sociedade. Ou: Como os Black Blocks estão contribuindo para o fortalecimento e aumento do Estado?

Já tá mais que provado que os Black Blocks não lutam por nada sério ou benéfico à sociedade, tal fato já era sabido por qualquer um que tivesse bom senso e um mínimo de inteligência. Mas agora isso ficou comprovado quando eles mesmos relataram que não sabem pelo o que estão lutando. A verdade é que não passam de jovens entediados e delinquentes que, cansados de suas vidinhas de classe média, decidem se juntar para vandalizar aproveitando a massa formada nos protestos.

Não vou me ater aqui a quem são, o que querem, como começaram ou qualquer coisa do tipo da natureza desse bando de marginais, meu intuito aqui é demonstrar como eles estão aumentando o poder do Estado, apesar de se dizerem anarquistas e seus atos se mostrarem contra este.




O nível de vandalismo dos Black Blocks, assim como a quantidade de membros do grupo, chegou a um ponto onde a própria sociedade não aguenta mais. Todos, desde manifestantes até aqueles que não se deram ao trabalho de sair às ruas para protestas (eu, por exemplo), estão cansados de tanto vandalismo e estão pedindo medidas de solução para o poder público, ou seja, o Estado.

Se olharmos os casos da história onde houve um aumento de tamanho do Estado, ou até mesmo a formação de regimes ditatoriais, veremos vários padrões emergirem, um deles, talvez o mais presente, fosse a divisão da população em partes antagônicas e conflitantes.  O Estado adora uma divisão da sociedade porque ele sempre pode tomar partido do lado mais numeroso e usar o apoio deste para ter mais poder.

Na literatura, tanto de ficção como de estudos históricos e sociais, poderemos perceber tal padrão. No livro O Caminho da Servidão, de Frederich Hayek, veremos que a sociedade se vê dividida entre líderes e soluções divergentes, fazendo com que políticos oportunistas usem da situação para tomar o poder. No livro A Rebelião das Massas, de Ortega, vemos o mesmo acontecer.

Livros de ficção como A Revolução dos Bichos, 1984, Admirável Mundo Novo, A Revolta de Altas, dentre outros, vemos o mesmo padrão de fragmentação da sociedade, seguida do tomada de partido de líderes e do governo pelo lado mais numeroso se formar.

Não precisamos nem ir muito longe para observar tal fenômeno, basta observarmos o Brasil alguns anos atrás. Quando os militares tomaram o poder, estes usaram do clamor social anticomunista que havia na época - vide a Marcha pela Família - para tirar proveito disso. O contrário ocorre em regimes comunistas onde eles fragmentam, retoricamente, a sociedade em burgueses e proletariados para tomar partido daqueles que são, em teoria, o maior número.

Não é atoa que a esquerda adora fragmentar a sociedade em grupos que, segundo eles, são inimigos. Basta vermos a dicotomia que eles criam: mulheres VS homens; brancos VS negros; ricos VS pobres; ateus VS religiosos; héteros VS gays, etc. Estão sempre colocando a sociedade como inimiga de si mesma para tolher sua liberdade. O discurso de exploração serve apenas para que determinado lado se veja mais necessitado do governo e dê mais poder a ele via apoio popular.


De volta aos Black Blocks. Agora, com a população reprovando mais ainda os atos de vandalismo, a polícia terá mais liberdade para ser mais truculenta. Para um bando de anarquistas, os Black Blocks estão se demonstrando excelente instrumento de inchaço do Estado. Estão fazendo exatamente o que os governantes querem: dividindo a população e fazendo esta crer que o Estado é necessário para conter os problemas sociais. 

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