Já
tá mais que provado que os Black Blocks não lutam por nada sério ou benéfico à
sociedade, tal fato já era sabido por qualquer um que tivesse bom senso e um
mínimo de inteligência. Mas agora isso ficou comprovado quando eles mesmos
relataram que não
sabem pelo o que estão lutando. A verdade é que não passam de jovens
entediados e delinquentes que, cansados de suas vidinhas de classe média,
decidem se juntar para vandalizar aproveitando a massa formada nos protestos.
Não
vou me ater aqui a quem são, o que querem, como começaram ou qualquer coisa do
tipo da natureza desse bando de marginais, meu intuito aqui é demonstrar como
eles estão aumentando o poder do Estado, apesar de se dizerem anarquistas e
seus atos se mostrarem contra este.
O
nível de vandalismo dos Black Blocks, assim como a quantidade de membros do
grupo, chegou a um ponto onde a própria sociedade não aguenta mais. Todos,
desde manifestantes até aqueles que não se deram ao trabalho de sair às ruas
para protestas (eu, por exemplo), estão cansados de tanto vandalismo e estão
pedindo medidas de solução para o poder público, ou seja, o Estado.
Se
olharmos os casos da história onde houve um aumento de tamanho do Estado, ou
até mesmo a formação de regimes ditatoriais, veremos vários padrões emergirem,
um deles, talvez o mais presente, fosse a divisão da população em partes
antagônicas e conflitantes. O Estado
adora uma divisão da sociedade porque ele sempre pode tomar partido do lado
mais numeroso e usar o apoio deste para ter mais poder.
Na
literatura, tanto de ficção como de estudos históricos e sociais, poderemos
perceber tal padrão. No livro O Caminho da Servidão, de Frederich Hayek,
veremos que a sociedade se vê dividida entre líderes e soluções divergentes,
fazendo com que políticos oportunistas usem da situação para tomar o poder. No
livro A Rebelião das Massas, de Ortega, vemos o mesmo acontecer.
Livros
de ficção como A Revolução dos Bichos, 1984, Admirável Mundo Novo, A Revolta de
Altas, dentre outros, vemos o mesmo padrão de fragmentação da sociedade,
seguida do tomada de partido de líderes e do governo pelo lado mais numeroso se
formar.
Não
precisamos nem ir muito longe para observar tal fenômeno, basta observarmos o
Brasil alguns anos atrás. Quando os militares tomaram o poder, estes usaram do
clamor social anticomunista que havia na época - vide a Marcha pela Família -
para tirar proveito disso. O contrário ocorre em regimes comunistas onde eles
fragmentam, retoricamente, a sociedade em burgueses e proletariados para tomar
partido daqueles que são, em
teoria, o maior número.
Não
é atoa que a esquerda adora fragmentar a sociedade em grupos que, segundo eles,
são inimigos. Basta vermos a dicotomia que eles criam: mulheres VS homens;
brancos VS negros; ricos VS pobres; ateus VS religiosos; héteros VS gays, etc.
Estão sempre colocando a sociedade como inimiga de si mesma para tolher sua
liberdade. O discurso de exploração serve apenas para que determinado lado se
veja mais necessitado do governo e dê mais poder a ele via apoio popular.
De
volta aos Black Blocks. Agora, com a população reprovando mais ainda os atos de
vandalismo, a polícia terá mais liberdade para ser mais truculenta. Para um
bando de anarquistas, os Black Blocks estão se demonstrando excelente instrumento
de inchaço do Estado. Estão fazendo exatamente o que os governantes querem:
dividindo a população e fazendo esta crer que o Estado é necessário para conter
os problemas sociais.
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