terça-feira, 15 de outubro de 2013

Motoboys, caos urbano, e o livre mercado

Se você mora no Brasil, principalmente numa cidade grande, com certeza sabe do caos que é o trânsito. Uma coisa que não escapa aos nossos olhos quando observamos o trânsito brasileiro é a quantidade absurda de motoboys circulando nas ruas. Dificilmente nos deparamos com a mesma proporção de motoqueiros carregando documentos em metrópoles como Nova Iorque, Tóquio, Seul, Berlim, Paris, etc... é um fenômeno made in Brazil mesmo.

A trágica consequência desse enorme fluxo de motoqueiros é a alta taxa de mortalidade dos motoboys no trânsito. Estatísticas dizem que só na cidade de São Paulo, dois motoboys morrem por dia. Os motoboys é, pós o ciclista e o pedestre, o ser mais fraco no trânsito; como diz aquele ditado: o ruim de andar de moto é que você é o para-choque.

A solução tipicamente dada pelos governantes e apologistas do Estado como o solucionador máximo de problemas seria uma intensificação das políticas de segurança no trânsito. Segundo eles, mais leis e punições mais severas a motoboys e motoristas que descumpram as normas de trânsito devem ser empregadas para que tais mortes não ocorram ou, simplesmente, tenham o seu número consideravelmente reduzido.





Apesar da “boa” intenção, tal política não produz um efeito significativo. Leis de trânsito já existem, e não há uma esquina em São Paulo, ou qualquer outra grande metrópole brasileira, que não tenham radares e câmeras em cada esquina monitorando cada movimento de motoqueiros ou motoristas. Sem contar que tais profissionais são ordenados a ser o mais rápido possível; ser rápido e ser correto no trânsito são coisas totalmente antagônicas, exceto em fins de semana e feriados onde a quantidade de pessoas e veículos circulando nas ruas é muito reduzida.

Qual a real solução para esse problema? Antes devemos analisar a causa principal do grande fluxo de motoboys no Brasil. Como já foi dito acima, tal fenômeno não se repete em outras metrópoles mundo afora, por que será? A principal causa de tantos motoboys nas ruas brasileiras se dá pela enorme burocracia que há no Brasil imposta pelo governo; somos sem dúvida um dos países mais burocráticos do mundo. Só para se abrir uma empresa são necessários 119 dias, além é claro das habituais atividades burocráticas que as empresas daqui têm que passar no seu dia-a-dia depois de inauguradas.

Como o empresário e os funcionários de escritório não podem abrir mão de suas funções para sair mundo afora entregando documentos para vários cartórios, repartições, juntas, tribunais e demais órgãos públicos, eles se vêm forçados a contratar pessoas especializadas em entregá-los, ou seja, os motoboys. Como consequência, vemos esse caos cotidiano de motoqueiros proliferados nas grandes cidades, costurando carros e colocando a  sua vida e a de outros em perigo.

A melhor solução para isso, a solução que vá direito à fonte do problema, seria uma brutal desburocratização do mercado brasileiro. Caso não houvesse tantas regulamentações e barreiras burocráticas impostas pelo governo aos mercados, com certeza o número de motoboys nas ruas seria muito menor, diminuindo assim a quantidade de acidentes, por consequência.

É claro que muitos vão pensar que tal medida irá causar desemprego – e de fato vai, pelo menos inicialmente – mas o mercado não deve manter empregos e funções desnecessárias e que custem dinheiro ao empregador e, consequentemente, ao consumidor. Imagina se ainda mantivéssemos profissões arcaicas simplesmente para evitar o desemprego desses profissionais; o mundo não teria chegado aonde chegou. Além do mais, com um livre mercado, a chance de emprego desses motoboys agora desempregados é maior, assim como a facilidade deles mesmos conseguirem abrir um negócio.  

O mundo está caminhando para empresas remotas e altamente flexíveis quanto a horários, quadro de funcionários e funções. Se apegar a burocracias ou a profissionais potencialmente descartáveis é insistir não só no atraso, mas no fracasso também.

Em suma, um livre mercado poria fim a tantos motoboys nas ruas devido a diminuição da burocracia, aquilo que tanto faz com que eles ainda sejam necessários. Não só isso como um mercado mais livre, aberto e flexível possibilitaria que tais profissionais arrumem um novo emprego com mais facilidade ou talvez criem seu próprio empreendimento.

Um comentário:

  1. É fatídica a afirmação de que a grande maioria dos motoboys só 'existem' por causa da grande burocracia estatal?

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