Se você mora no Brasil,
principalmente numa cidade grande, com certeza sabe do caos que é o trânsito.
Uma coisa que não escapa aos nossos olhos quando observamos o trânsito
brasileiro é a quantidade absurda de motoboys circulando nas ruas. Dificilmente
nos deparamos com a mesma proporção de motoqueiros carregando documentos em
metrópoles como Nova Iorque, Tóquio, Seul, Berlim, Paris, etc... é um fenômeno made in Brazil mesmo.
A trágica consequência desse
enorme fluxo de motoqueiros é a alta taxa de mortalidade dos motoboys no
trânsito. Estatísticas dizem que só na cidade
de São Paulo, dois motoboys morrem por dia. Os motoboys é, pós o ciclista e
o pedestre, o ser mais fraco no trânsito; como diz aquele ditado: o ruim de
andar de moto é que você é o para-choque.
A solução tipicamente dada
pelos governantes e apologistas do Estado como o solucionador máximo de
problemas seria uma intensificação das políticas de segurança no trânsito.
Segundo eles, mais leis e punições mais severas a motoboys e motoristas que
descumpram as normas de trânsito devem ser empregadas para que tais mortes não
ocorram ou, simplesmente, tenham o seu número consideravelmente reduzido.
Apesar da “boa” intenção,
tal política não produz um efeito significativo. Leis de trânsito já existem, e
não há uma esquina em São Paulo, ou qualquer outra grande metrópole brasileira,
que não tenham radares e câmeras em cada esquina monitorando cada movimento de
motoqueiros ou motoristas. Sem contar que tais profissionais são ordenados a ser
o mais rápido possível; ser rápido e ser correto no trânsito são coisas
totalmente antagônicas, exceto em fins de semana e feriados onde a quantidade
de pessoas e veículos circulando nas ruas é muito reduzida.
Qual a real solução para
esse problema? Antes devemos analisar a causa principal do grande fluxo de
motoboys no Brasil. Como já foi dito acima, tal fenômeno não se repete em
outras metrópoles mundo afora, por que será? A principal causa de tantos
motoboys nas ruas brasileiras se dá pela enorme burocracia que há no Brasil
imposta pelo governo; somos sem dúvida um dos países mais burocráticos do
mundo. Só para se abrir uma empresa são
necessários 119 dias, além é claro das habituais
atividades burocráticas que as empresas daqui têm que passar no seu
dia-a-dia depois de inauguradas.
Como o empresário e os
funcionários de escritório não podem abrir mão de suas funções para sair mundo
afora entregando documentos para vários cartórios, repartições, juntas,
tribunais e demais órgãos públicos, eles se vêm forçados a contratar pessoas
especializadas em entregá-los, ou seja, os motoboys. Como consequência, vemos
esse caos cotidiano de motoqueiros proliferados nas grandes cidades, costurando
carros e colocando a sua vida e a de
outros em perigo.
A melhor solução para isso,
a solução que vá direito à fonte do problema, seria uma brutal
desburocratização do mercado brasileiro. Caso não houvesse tantas regulamentações
e barreiras burocráticas impostas pelo governo aos mercados, com certeza o
número de motoboys nas ruas seria muito menor, diminuindo assim a quantidade de
acidentes, por consequência.
É claro que muitos vão
pensar que tal medida irá causar desemprego – e de fato vai, pelo menos
inicialmente – mas o mercado não deve manter empregos e funções desnecessárias
e que custem dinheiro ao empregador e, consequentemente, ao consumidor. Imagina
se ainda mantivéssemos profissões arcaicas simplesmente para evitar o
desemprego desses profissionais; o mundo não teria chegado aonde chegou. Além
do mais, com um livre mercado, a chance de emprego desses motoboys agora
desempregados é maior, assim como a facilidade deles mesmos conseguirem abrir um
negócio.
O mundo está caminhando para
empresas remotas e altamente flexíveis quanto a horários, quadro de
funcionários e funções. Se apegar a burocracias ou a profissionais
potencialmente descartáveis é insistir não só no atraso, mas no fracasso
também.
Em suma, um livre mercado
poria fim a tantos motoboys nas ruas devido a diminuição da burocracia, aquilo
que tanto faz com que eles ainda sejam necessários. Não só isso como um mercado
mais livre, aberto e flexível possibilitaria que tais profissionais arrumem um
novo emprego com mais facilidade ou talvez criem seu próprio empreendimento.
É fatídica a afirmação de que a grande maioria dos motoboys só 'existem' por causa da grande burocracia estatal?
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