segunda-feira, 13 de maio de 2013

85% do mercado residencial de Singapura é propriedade do governo, e dai?



Quando nós, economistas liberais, usamos o exemplo de Singapura como um modelo de desenvolvimento em virtude de sua liberdade econômica, é frequente a argumentação esquerdista de que 85% de seu mercado residencial estar nas mãos do governo. Eles esperam com essa argumentação desvalidar o discurso liberal uma vez que este prega privatizações. A triste verdade para eles é que isso não invalida nada, e que, na verdade, isso só mostra a profunda falta de conhecimento da parte deles do que é a liberdade econômica e o liberalismo em si. 

Em primeiro lugar devemos ter uma noção do que é liberdade econômica. Liberdade econômica nada mais é que a facilidade que uma empresa (ou empreendedor) tem de adentrar, se movimentar e sair do mercado. Há algumas divergências no meio liberal acerca dos critérios para se definir se um local é ou não livre economicamente (basta comparar os rankings de liberdade do Heritage com o do Fraser e ver que muitos países estão em diferentes posições), mas podemos citar aqui que, dentre os critérios de avaliação se encontram: a carga tributária, burocracia, protecionismo, liberdade de troca, gastos governamentais, etc. Todos esses fatores formam uma média que irá avaliar a liberdade econômica daquele local.




Agora, por que o fato de 85% do mercado residencial singapuriano estar nas mãos do governo não influi (pelo menos não de forma significativa) em sua liberdade econômica? Pelo simples fato de que isso não afeta a liberdade de empreender; essas propriedades governamentais não são um empecilho significativo ao mercado. Para conferir isso basta olharmos para alguns dados de Singapura:


O caso de Singapura é um tanto análogo ao da Escandinávia. Lá, por ter serviços públicos em extensão, os esquerdistas dizem que não é uma região de liberalismo e que está mais para um “socialismo”. Primeiramente, assistencialismo não é socialismo, por mais que eles queriam associar os países escandinavos com um modelo socialista de gestão, aquilo lá está muito longe de ser algo que se possa chamar de socialista, pelo menos no sentido original do termo. Segundamente que, da mesma forma como as propriedades governamentais singapurianas não interferem na liberdade econômica do loca, o assistencialismo escandinavo não interfere na liberdade econômica de lá, exceto na parte de tributação. Mas, como vimos acima, liberdade econômica vai muito além da carga tributária.


1 – A ideia de que um paraíso fiscal é algo antiético ainda é o pensamento predominante na mente das pessoas, mas para aqueles que analisam o que é e como opera um paraíso fiscal, fica evidente que seu mecanismo é tão eficiente quanto ético. Leia esse texto para ter uma ideia melhor.

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