A caridade está, sem dúvida, dentre
os atos mais nobres que um ser humano pode fazer. O ato de ajudar uma pessoa
simplesmente em troca de alguma satisfação interna e senso de justiça é digno
das mais ostensivas congratulações. É com base nisso que muitas pessoas imbuídas
de boa índole enxergam os impostos como uma coisa boa à sociedade. Em sua concepção
a tributação ajuda aqueles mais necessitados; tão certos estão disso que pagam
sem reclamar na fé de que aquele dinheiro será usado para o bem de terceiros.
Aparentemente não há o que
reclamar disso, pessoas dando dinheiro de bom grado a fim de que uma determinada
instituição (no caso o governo) venha a ajudar os que mais precisam é algo
totalmente tolerável e louvável porque nenhuma liberdade foi infringida aqui. O
grande problema é que impostos caem também sobre aqueles que não querem arcar
com os preços desse assistencialismo, não só isso como também não terão retorno
algum. Pode parecer algo ruim e mesquinho, mas o que a primeira vista soa
apenas como egoísmo nada mais é que o direito individual de manter os frutos de
seu trabalho. Mesmo que a tributação seja tolerada por uma parcela da
sociedade, nada dá o direito de uma instituição (mesmo a mais poderosa e
criadora das leis) tirar o dinheiro daqueles que não concordam com isso.
Voltando à caridade, mas ainda focando os impostos.
Os impostos possuem um peso
negativo na caridade. Grande parte da potencial porção caridosa da população,
uma vez tributada, deixa de ajudar os que mais precisam. Isso ocorre porque, ao
passo que o governo os tributa, eles têm sua necessidade interna de compaixão
preenchida uma vez que eles creem que o governo estará fazendo a caridade que
eles fariam com aquele dinheiro. Em outros termos, o senso de responsabilidade
social deles foi “transferido” para o governo.
Uma vez tributados o pensamento de
ordem se torna: “Por que ajudar as
pessoas se o governo já está fazendo isso?...e com o meu dinheiro!”
Não obstante, essa não é a única consequência
negativa que os impostos trazem à caridade. Os impostos deixam as coisas mais
caras, isso dispensa explicações; com as coisas mais caras as pessoas altruístas
terão mais dificuldade em comprar donativos aos que eles pretendiam ajudar, ou
seja, seu poder de ajuda foi reduzido na proporção de seu poder de compra. Isso
sem contar que os produtos, agora encarecidos, se tornam menos acessíveis às
camadas mais baixas da sociedade. O que era ruim se tornou pior.
É claro que essas consequências
negativas podem ser amenizadas com os benefícios da tributação, mas não
podemos nos esquecer que nada garante que os impostos de fato serão usados para
ajudar quem precisa. Não é raro ouvirmos casos de corrupção, desvio de dinheiro
público, obras superfaturadas, etc. Isso sem mencionar que a própria
administração da máquina pública custa muito caro. No fim, os impostos
trouxeram mais prejuízos do que benefícios, sem esquecer que são moralmente
reprováveis.
Nesse ponto a caridade se
demonstra muito mais eficiente e moral que o assistencialismo estatal; ao passo
que este toma dinheiro à força e não dá garantia algum que será de fato usado
para o bem de quem precisa, a caridade tem a garantia de que será feita por
pessoas livres e que seu benefício será visível e sem desvios.
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