domingo, 19 de maio de 2013

Como os impostos prejudicam a caridade?


A caridade está, sem dúvida, dentre os atos mais nobres que um ser humano pode fazer. O ato de ajudar uma pessoa simplesmente em troca de alguma satisfação interna e senso de justiça é digno das mais ostensivas congratulações. É com base nisso que muitas pessoas imbuídas de boa índole enxergam os impostos como uma coisa boa à sociedade. Em sua concepção a tributação ajuda aqueles mais necessitados; tão certos estão disso que pagam sem reclamar na fé de que aquele dinheiro será usado para o bem de terceiros.

Aparentemente não há o que reclamar disso, pessoas dando dinheiro de bom grado a fim de que uma determinada instituição (no caso o governo) venha a ajudar os que mais precisam é algo totalmente tolerável e louvável porque nenhuma liberdade foi infringida aqui. O grande problema é que impostos caem também sobre aqueles que não querem arcar com os preços desse assistencialismo, não só isso como também não terão retorno algum. Pode parecer algo ruim e mesquinho, mas o que a primeira vista soa apenas como egoísmo nada mais é que o direito individual de manter os frutos de seu trabalho. Mesmo que a tributação seja tolerada por uma parcela da sociedade, nada dá o direito de uma instituição (mesmo a mais poderosa e criadora das leis) tirar o dinheiro daqueles que não concordam com isso.




Voltando à caridade, mas ainda focando os impostos.

Os impostos possuem um peso negativo na caridade. Grande parte da potencial porção caridosa da população, uma vez tributada, deixa de ajudar os que mais precisam. Isso ocorre porque, ao passo que o governo os tributa, eles têm sua necessidade interna de compaixão preenchida uma vez que eles creem que o governo estará fazendo a caridade que eles fariam com aquele dinheiro. Em outros termos, o senso de responsabilidade social deles foi “transferido” para o governo.

Uma vez tributados o pensamento de ordem se torna:  “Por que ajudar as pessoas se o governo já está fazendo isso?...e com o meu dinheiro!”

Não obstante, essa não é a única consequência negativa que os impostos trazem à caridade. Os impostos deixam as coisas mais caras, isso dispensa explicações; com as coisas mais caras as pessoas altruístas terão mais dificuldade em comprar donativos aos que eles pretendiam ajudar, ou seja, seu poder de ajuda foi reduzido na proporção de seu poder de compra. Isso sem contar que os produtos, agora encarecidos, se tornam menos acessíveis às camadas mais baixas da sociedade. O que era ruim se tornou pior.

É claro que essas consequências negativas podem ser amenizadas com os benefícios da tributação, mas não podemos nos esquecer que nada garante que os impostos de fato serão usados para ajudar quem precisa. Não é raro ouvirmos casos de corrupção, desvio de dinheiro público, obras superfaturadas, etc. Isso sem mencionar que a própria administração da máquina pública custa muito caro. No fim, os impostos trouxeram mais prejuízos do que benefícios, sem esquecer que são moralmente reprováveis.

Nesse ponto a caridade se demonstra muito mais eficiente e moral que o assistencialismo estatal; ao passo que este toma dinheiro à força e não dá garantia algum que será de fato usado para o bem de quem precisa, a caridade tem a garantia de que será feita por pessoas livres e que seu benefício será visível e sem desvios.

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