domingo, 10 de março de 2013

A defesa moral da herança


Não é de hoje que a herança é mal vista pela esquerda. Para eles, essa transação de bens entre pais e filhos, ou qualquer outro grupo que seja, não só representa a perpetuação da exploração de classes capitalista, como também, um atentado à meritocracia, uma vez que o herdeiro não trabalhou para ter os bens adquiridos. Eu já fiz uma defesa da herança nesse texto, mas como o tema se tornou um tanto recorrente nas redes sociais que participo, resolvi fazer um adendo.

A propriedade, ou bem herdado, pode não ter sido conseguida por meio do trabalho e esforço pessoal do herdeiro, mas não por isso ela se torna algo imoral ou passível de repúdio. Aquele que trabalhou para ter tal bem está entregando-o a terceiros por vontade própria. Ele está usando de seu direito de propriedade para fazer o que quiser com a mesma, incluindo transferi-la para outro. Não há nada de errado ou reprovável nisso.

Pela lógica esquerdista, uma pessoa que recebe um presente não possui direito sobre o mesmo já que não trabalhou para tê-lo. A herança, assim como uma usual troca de presentes, são atividades livres onde um bem deixa de ser propriedade de um para ser a de outro, mesmo que o destinatário não tenha movido um dedo para tê-lo.





Mal percebem os esquerdistas, esses ferrenhos defensores das classes baixas, que o não respeito à herança, principalmente por parte do Estado, prejudica muito mais os pobres do que os ricos.

Tentando ser bem claro; hoje, no Brasil, para ser ter acesso a bens deixados como herança é necessário uma maratona burocrática, além de altíssimos pagamentos ao governo, que o herdeiro necessita fazer para ter a permissão estatal de ter o bem herdado. Em virtude de tal cenário, aquele que é mais pobre vai necessitar de mais esforço e capital para adquirir o que é seu por direito, ao passo que o rico possui mais meios e facilidades para fazê-lo.

Eles também não percebem que, se só o trabalhador que conquistou um bem pode tê-lo, então o Estado não tem direito a nada, uma vez que ele e seus agentes não trabalharam para ter os bens confiscados, e tampouco os que o fizeram estão dando por vontade própria. Mas a essa altura do campeonato, esperar lógica por parte deles é um grande sinal de ingenuidade.

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