Quando um leigo em economia dá
uma olhada em nossa sociedade, logo ele percebe que há uma desigualdade entre
as pessoas, sendo que uns possuem mais que outros. Mesmo que ele não seja vítima
de nosso sistema educacional, ele concluirá que tal desigualdade se dá por
falhas no mercado e do mau funcionamento da ordem social. Contudo, tal tese não
se sustenta com uma reflexão adequada de como o mercado e a própria sociedade funciona.
Sim, há desigualdade financeira
em nossa sociedade, mas dizer que isso é uma desordem – pelo menos aquela proveniente
do livre mercado – é um grande equívoco.
O empresário, aquele dono dos
meios de produção, não explora o trabalhador. Ambos estão fazendo trocas
voluntárias sendo que, cada um está abrindo mão daquilo que eles menos
priorizam em prol daquilo que eles mais priorizam; o trabalhador está abrindo
mão de sua mão-de-obra (menor prioridade) para ter um pagamento em dinheiro
(maior prioridade), sendo que o empresário – ou patrão, se preferir – está fazendo
o caminho contrário. Tudo não passa de trocas voluntárias.
Da mesma forma, o dinheiro
pertencente a aqueles mais ricos vem dos consumidores dos produtos e serviços
ofertados por eles, tudo de forma voluntária. Não só isso como, em um mercado
livre e competitivo, aqueles com mais dinheiro são os que mais agradam os
consumidores. Em outras palavras, sua quantidade de dinheiro se dá de forma
livre e meritocracia.
Com base nisso, podemos concluir
que a pobreza de certos membros de nossa sociedade não se dá pela riqueza de
outros. A riqueza daqueles que mais produzem e mais conquistaram consumidores
no mercado não é proveniente das camadas mais pobres da sociedade, da mesma
forma como, se estes que mais produzem e servem de forma satisfatória os
clientes não fossem tão ricos, ainda assim, aqueles mais pobres estariam na
condição de pobreza.
Mas é verdade que há aqueles que
enriquecem às custas de outros; aqueles cujo capital não é obtido por meio de
trocas voluntárias e sim por meio da força, e esses são os membros do Estado. É
o Estado que tira à força o dinheiro das pessoas (impostos) para custear os
salários e auxílios que os seus membros recebem; além disso, não raro o Estado
usa o dinheiro tirado a força da sociedade para custear as empresas de certos amigos
do rei, assim como comprar votos e desviá-los por meio da corrupção. Se há uma
desigualdade que se dá de forma não livre e espontânea em nossa sociedade, essa
desigualdade é aquela causada pelo governo.
Gostei muito do texto parabéns :D
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