Aclamada de intelectuais a
analfabetos funcionais, a democracia é vista por todos como a melhor forma de
governo que existe. Este governo descrito como o “governo de todos” é defendido
como se fosse um dogma, ou melhor, como se fosse uma santidade em forma de
instituição; ai daquele que ousar pronunciar palavras que critiquem essa
modalidade governamental sob a pena de ser taxado como louco e indecoroso por
faltar com respeito àquele governo tão batalhado pelos cidadãos de outrora.
Entretanto, informo aos leitores
desse texto que quero me prestar a tecer algumas críticas a esse modelo de
governo tão aclamado pela imensa maioria das pessoas, acredito eu até mesmo
pela maioria de vocês, caros leitores. Descreverei em tópicos os dois motivos
pelo qual a democracia é digna de crítica e o porquê dela não ser tão
merecedora de nossos elogios e defesas.
1º A falácia do governo de todos
A democracia é defendida mundo
afora, como eu já disse, como o governo de todos, onde todos possuem suas
vontades e preferências políticas atendidas. Pois bem, esse é o defeito da
democracia mais fácil de ser percebido. A democracia de longe não é o governo
de todos porque a vontade de todos não pode ser atendida, sendo assim, votamos
em políticos que irão representar nossas vontades e opiniões no campo da
política, sendo que aqueles que possuem a maior parte dos votos será o
vencedor.
A democracia deixa de ser o
governo de todos quando a maioria passa a decidir quem deve ou não governar,
sendo que as medidas desse governante (que se assemelhas às vontades e opiniões
da maioria) irão entrar em esferas até mesmo da vida particular da minoria, o
que por si só seria inaceitável. Os impostos dos eleitores minoritários serão
usados para projetos que ele de longe não dão o menor apoio. Em outras
palavras, a democracia é uma ditadura da maioria. Isso sem falar de casos onde
o governante é eleito por uma maioria que possui uma diferença ridícula da
minoria, não é raro vermos casos onde o eleito é alguém cujos eleitores
representam apenas 51% do eleitorado total. Em outras palavras, um governo de
eleito por apenas 1% de diferença vai influir em esferas da vida pública e
privada de todos.
Pra falar a verdade, ocorrem
situações em que nem mesmo a maioria da população é a responsável pela eleição
dos governantes; é o que acontece em países com o voto facultativo, como é o
caso dos Estados Unidos e do Chile. Suponhamos que em uma eleição de voto livre
grande parte dos eleitores sequer apareça para votar(o que é um direito deles),
conseqüentemente o governo será decidido por aqueles que irão às urnas. Por
fim, teremos um governo eleito por uma minoria; o que era antes injusto
torna-se mais injusto ainda. Isso sem contar o fato de que muitos jovens que
não votam por proibição da lei, entretanto que possuem um julgamento muito bom
da realidade, ficarão a mercê da decisão de mais velhos que possuem o direito
ao voto.
O título que a democracia possui
de governo de todos cai por terra.
2º A democracia não é sequer o governo da maioria (ou de uma minoria)
Esse motivo apesar de parecer uma
negação do anterior pode ser mais entendido como um complemento do mesmo. O
motivo que o precede é meio que um caminho para entendê-lo.
Como foi dito antes, a democracia
deixa de ter a imagem de governo de todos quando nós percebemos que na verdade
ela é o governo da maioria, ou de uma minoria que simplesmente se deu ao
trabalho de ir votar no dia da eleição. Entretanto, pode ocorrer de nem mesmo
isso se suceder.
Após o governante ser eleito
(seja pela maioria ou pela minoria “cumpridora do dever”) ele pode se voltar
contra tudo aquilo que ele defendeu no período de eleição; ou seja, ele pode
defender propostas contrárias àquelas que ele defendia no seus tempos de
palanque, o que aliás é mais do que comum. Isso sem contar das promessas não
cumpridas e dos engodos eleitorais.
O governante pode, a partir de
eleito, tomar as medidas que mais achar necessário e conveniente a ele mesmo,
sendo que elas podem não ter nenhum traço de fidelidade com o que ele defendia,
sendo que ele só as prometia para ganhar voto conforme a vontade da maioria do
eleitorado. Os mais penalizados por isso podem ser desde aqueles que votaram
como aqueles que não o fizeram.
Conclusão
Com base nisso podemos concluir
que a democracia não é um regime de governo que deva ser defendido com tanto
afinco assim. Os que o fizeram no passado simplesmente esqueceram de levar em
conta seus defeitos e pormenores e se deixaram levar pela emoção do memento,
como exemplo disso são os que participaram de movimentos como as Diretas Já;
queriam uma democracia mas sequer sabiam ao certo o que era e como seria
instituída e regida.
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